Editorial
Mais do que na hora da educação de tempo integral
O presidente Lula (PT) sancionou ontem o Programa Escola em Tempo Integral. Com investimentos previstos de R$ 4 bilhões, a iniciativa visa aumentar em um milhão o número de matrículas na educação básica ainda em 2023 como parte do objetivo de atender à Meta 6 do Plano Nacional de Educação (PNE), de oferecer educação em tempo integral em, pelo menos, 50% das escolas públicas, atendendo, no mínimo, 25% dos alunos da educação básica.
Essa medida é um passo crucial diante dos preocupantes índices de aprendizagem e do baixo percentual de escolas no País que oferecem ensino em tempo integral, atualmente apenas 22,4%. Igualmente alarmante é o reduzido número de matrículas na modalidade, com apenas 15,1% dos alunos contemplados.
Ao expandir esse modelo, o programa visa suprir lacunas e desafios do sistema de ensino. A educação integral permite abordagem mais holística no desenvolvimento dos estudantes, proporcionando ambiente enriquecido com atividades extracurriculares, esportivas e culturais. Essa abordagem não apenas aprimora o desempenho acadêmico, mas também contribui para a formação de cidadãos mais criativos, críticos e resilientes.
Além disso, em um País desigual como o Brasil, a iniciativa visa combater também esse problema social, beneficiando especialmente alunos em vulnerabilidade. A permanência na escola durante todo o dia oferece, além da educação reforçada, também acesso a refeições balanceadas, suporte emocional e acompanhamento psicopedagógico, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. Isso, claro, no modelo ideal e que deve ser perseguido por todos os gestores.
Entretanto, para que o Programa Escola em Tempo Integral alcance pleno sucesso, é fundamental que a execução ocorra com eficiência e transparência. Também, a sociedade como um todo precisa abraçar a iniciativa. A começar pelos municípios, demonstrando disposição e interesse.
O programa do governo se coloca como uma busca por melhorar os índices de aprendizagem e expandir as oportunidades educacionais. Algo que precisará de muito mais investimento, boa gestão e, principalmente, continuidade. Não pode ser apenas mais um lançamento entusiasmado que se perde no tempo, como tantos outros vistos no Brasil há décadas. O País já perdeu tempo demais.
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